Acaba de ser lançada uma iniciativa pioneira: uma chamada de inovação que vai selecionar entusiastas, start-ups e instituições sem fins lucrativos que apresentarem as melhores ideias para acelerar o desenvolvimento econômico e setorial do hidrogênio verde no Brasil. A Aliança Brasil-Alemanha para o Hidrogênio Verde, formada pelas Câmaras de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo e Rio de Janeiro, é a responsável pela realização do Programa, que conta com o apoio da Agência de Cooperação Técnica da Alemanha – GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH) e do Ministério de Minas e Energia – MME.
O programa iH2Brasil consiste na realização de 3 chamadas entre 2022 e 2023 para ideias de entusiastas, projetos de instituições sem fins lucrativos e soluções inovadoras de startups. As propostas deverão abranger um ou mais elos da cadeia de valor do Hidrogênio Verde (H2V): produção (ideias para produção competitiva do H2V e/ou seus derivados – PtX), logística (ideias inovadoras para o transporte seguro de H2V e os produtos PtX) e aplicação de Hidrogênio Verde (projetos que demonstrem os múltiplos usos do produto e seus PtX na indústria brasileira).
“O Brasil tem potencial para ser um dos produtores mais promissores de Hidrogênio Verde em áreas-chave como a de fertilizantes – tornando-se independente de importações – mobilidade e naval”, afirma o Dr. Bernd dos Santos Mayer, coordenador da iniciativa no Brasil por parte da GIZ. No entanto, o mercado, a cadeia de valor e o ecossistema local de PD&I ainda precisam ser desenvolvidos no Brasil.
“Olhando especificamente para o ecossistema de PD&I voltado ao Hidrogênio Verde, a situação é incipiente e bastante concentrada no campo da produção, ficando bastante defasada a parte de logística e de aplicação. Fora isso, ainda são poucas as iniciativas voltadas ao apoio de Cleantechs, empresas baseadas em tecnologias limpas, que demandam grande investimento e tempo para seu desenvolvimento”, cita Bruno Vath Zarpellon, diretor de Inovação e Sustentabilidade da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK SP).
De acordo com a Câmara Brasil Alemanha do Rio de Janeiro (AHK Rio), as energias renováveis no Brasil apresentam custos de geração que estão entre os mais competitivos do mundo e o Hidrogênio Verde a ser produzido localmente poderá acompanhar essa tendência. Ansgar Pinkowski, gerente de Inovação, Energia e Sustentabilidade da AHK Rio, complementa que o programa iH2Brasil é inédito no Brasil. “Existem muitos caminhos ainda não explorados que podem tornar o Hidrogênio Verde uma vantagem competitiva para o Brasil, como utilizando a biomassa. Dessa forma, com a atuação dos entusiastas, esperamos encontrar soluções disruptivas para aquecer este mercado”, afirma.
As inscrições para todas as categorias estarão abertas até 22 de abril de 2022 e os interessados deverão inscrever suas propostas através do Portal H2Verde Brasil. Todas as categorias terão como base os mesmos desafios: produção, logística e aplicação de Hidrogênio Verde. Porém, cada categoria tem um foco único, detalhado nas páginas dedicadas às respectivas categorias e regulamentos.
O processo de avaliação será feito por uma banca de especialistas que analisará as propostas recebidas por meio das chamadas realizadas e sua compatibilidade com os desafios do Programa. As análises das propostas serão feitas até o dia 27 de maio de 2022.
Diante da crescente preocupação mundial para conter as mudanças climáticas e os seus efeitos no planeta, os países vêm firmando compromissos de redução de emissões de CO². Alinhado a isso, o governo brasileiro se comprometeu em reduzir suas emissões em 37% até 2025, e em 43% até 2031. Além disso, definiu metas ambiciosas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 55% até 2050.
Nesse sentido, o Hidrogênio Verde é essencial para conter os efeitos nocivos das emissões de carbono, já que se constitui numa fonte de energia limpa. O Brasil já possui mais de 80% da sua matriz elétrica proveniente de energias renováveis, ocupando, por esse motivo, o primeiro lugar entre os países em produção de energia limpa. Isso se deve, principalmente, às suas características geográficas e climáticas que, por sua vez, também habilitam o potencial do país para se tornar um dos líderes globais em Hidrogênio Verde, uma das principais apostas para a eliminação dos combustíveis fósseis.
A Aliança Brasil-Alemanha para o Hidrogênio Verde é formada pelas AHKs Rio e São Paulo. O propósito dessa união é o de promover o Hidrogênio Verde no Brasil, bem como a cooperação bilateral entre o Brasil e a Alemanha. As duas Câmaras já estão presentes no Brasil há mais de 100 anos e se dedicam aos temas relacionados à energia, novas tecnologias, inovação, sustentabilidade e transição energética há décadas.
A Cooperação Técnica Brasil-Alemanha para o desenvolvimento sustentável trabalha há décadas nas áreas de energia sustentável e eficiência energética. Mais recentemente, vem apoiando o aprimoramento das condições legais, institucionais e tecnológicas para a expansão do mercado de Hidrogênio Verde no país. Nos próximos anos, apoiará o Ministério de Minas e Energia (MME) e o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) na implementação de ações para a construção de laboratórios, desenvolvimento de novas tecnologias, fomento ao desenvolvimento de ideias e projetos inovadores, financiamento de estudos e pesquisas, treinamentos e capacitações profissionais na área do hidrogênio verde, dentre outras.
A Sauer está atenta as regulamentações do setor e conta com uma linha de compressores especificamente desenvolvida para a compressão do hidrogênio em alta pressão.