Aposta na transição para uma economia de baixo carbono, o hidrogênio verde será demandado em todos os setores da indústria. No entanto, de acordo com estudo recente da GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit) intitulado Mercado de hidrogênio verde e power to X: demanda por capacitações profissionais, três setores vão absorver uma parte expressiva da produção: aço, químico e transporte.
A estimativa, de acordo com a pesquisa, é de que a demanda pelo combustível limpo aumente em aproximadamente seis vezes, chegando a 530 milhões de tonelada em 2050. Metade desse volume será consumido apenas por esses três setores da indústria.
Essa demanda é global e representa uma oportunidade para o Brasil. O estudo ressalta que, por causa da disponibilidade de terra e água doce, o país tem grande potencial de geração de energia elétrica com fontes renováveis, o que é essencial para produção de hidrogênio verde.
“A alta e constante utilização do processo de eletrólise fornece a base para baixos custos de produção de H2. O Brasil tem, portanto, excelentes condições como local de produção de energias renováveis e de produção de hidrogênio verde e PtX”, ressalta o estudo.
O Power-to-X é o processo de conversão de energia elétrica (power) para outro vetor energético (x), neste caso, o H2V a partir da eletrólise da água, além de outros produtos derivados do H2V, como amônia verde e combustíveis sintéticos.
De acordo com o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Davi Bomtempo, o desenvolvimento da cadeia do hidrogênio verde terá papel central como solução energética limpa e será fundamental no processo de transição energética. “O hidrogênio verde é crucial na reestruturação do mercado de energia, que será cada vez menos dependente de combustíveis fósseis, visando à descarbonização global”, pontua.
Ainda segundo o estudo, vale ressaltar que a economia do H2 verde surge da necessidade de aproveitar plenamente as energias renováveis. Estocar energias geradas em períodos de pouco consumo e a urgência na descarbonização da atual economia faz do hidrogênio o combustível ideal para superar estas demandas.
No caso do aço, por exemplo, uma das perspectivas para a produção de metal quente e aço neutro para o clima é a substituição do gás natural por hidrogênio verde.
Já na indústria química, deverá haver uma substituição do hidrogênio (cinza), que já é comumente usado, pelo verde. Além disso, o hidrogênio verde poderá ser usado como matéria-prima para a produção de amoníaco e outros produtos.
No setor automotivo, o hidrogênio tem aparecido cada vez mais como uma fonte de energia, por meio da tecnologia de células a combustível. Devido ao seu baixo volume e longo alcance, a tecnologia do hidrogênio ou da célula a combustível pode ser usada em carros, caminhões, trens, navios e aviões, sem fumaça e ruído de exaustão. Há ainda a possibilidade de motores de combustão a hidrogênio.
No caso dos combustíveis sintéticos para aplicação imediata, como e-Metano, e-Metanol, e-Diesel, e-Gasolina ou combustível e-Jet, há a possibilidade de misturá-los gradualmente com combustíveis fósseis, até que substituam totalmente os fósseis como uma fonte de energia primária.
Nesse caso, a vantagem da transição do combustível fóssil para o e-combustível é que a infraestrutura já existente de transporte e armazenamento de gases, como gasodutos, os postos de gasolina e as instalações de armazenamento, pode ser aproveitada, bem como, aplicações de consumidores existentes e de baixo custo alimentadas por e-Fuels.
A Sauer está atenta as regulamentações do setor e conta com uma linha de compressores especificamente desenvolvida para a compressão do hidrogênio em alta pressão.