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Hidrogênio verde é essencial para mundo descarbonizado, e Brasil pode se tornar potência no segmento

O hidrogênio verde já movimenta US$ 100 bilhões por ano. Apesar da perspectiva promissora, a tecnologia engatinha por aqui

Um dos pilares da transição energética, o hidrogênio verde é a grande promessa para a descarbonização da economia global. O gás é produzido por meio da eletrólise, que usa eletricidade para quebrar moléculas de água, separando o oxigênio do hidrogênio, o elemento químico mais abundante do planeta. Mas, para ser chamado de verde, esse processo deve partir de fontes renováveis, como hidrelétrica, eólica e solar. Assim, a tecnologia é vista como essencial para que o mundo consiga zerar as emissões de carbono até 2050.

O hidrogênio verde serve como substituto de insumos fósseis em diversos setores industriais, especialmente o petroquímico e o de fertilizantes. Ele também pode ser base de combustíveis de zero emissão, tendo aplicação em todos os modais de transporte: carros, ônibus, trens, caminhões, navios e aviões. Outra aplicação é na geração de eletricidade descentralizada, substituindo geradores a diesel em prédios e áreas isoladas, por exemplo. Estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indica que o mercado de hidrogênio já movimenta mais de US$ 100 bilhões por ano no mundo.

Com uma matriz elétrica composta por mais de 80% de energia renovável, o Brasil é visto como forte candidato a se tornar uma potência do hidrogênio verde, especialmente por seu potencial exportador. “A transição energética mudará a geopolítica do comércio internacional de energia, e países que possuem abundância de fontes de energias renováveis vão se tornar produtores e exportadores de hidrogênio verde e derivados”, afirma Monica Saraiva Panik, consultora da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FEIC) e diretora de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2).

Apesar da perspectiva promissora, a tecnologia engatinha por aqui. O Brasil entrou no mapa global do hidrogênio verde há apenas dois anos, quando o governo do Ceará anunciou o primeiro complexo industrial da tecnologia no país. O estado atende a um requisito fundamental para a exploração do hidrogênio verde: estrutura portuária com alta capacidade de exportação.

O projeto recebeu US$ 30 bilhões de empresas nacionais e estrangeiras. Os recursos serão usados para instalar usinas de produção e terminais de armazenamento de hidrogênio verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém. A EDP Energias de Portugal, que fez um investimento de R$ 42 milhões, apresentou em janeiro sua usina solar com capacidade de 3 megawatts pico (MWP), para garantia de origem renovável, e um módulo eletrolisador para produção de combustível, com capacidade para produzir 250Nm3 (metros cúbicos normais) do gás.

Investimento – Primeiro hub da tecnologia no país, complexo no Ceará recebeu US$ 30 bilhões de empresas nacionais e estrangeiras — Foto: Divulgação EDP

Outras multinacionais estão interessadas em investir. A Qair Brasil anunciou que deve alocar R$ 35 bilhões em duas plantas com capacidade de produzir mais de 2 mil MW de hidrogênio verde já na primeira fase de implementação, prevista para 2025. A companhia planeja usar energia elétrica gerada em parques de energia eólica que devem ser construídos em Acaraú, no Ceará. Já a Engie prevê uma unidade industrial com capacidade instalada de 100 a 150 MW até 2026. A Fortescue anunciou o início da sua operação para 2028, e a AES Brasil, para 2029.

A iniciativa incluiu um acordo entre os portos de Pecém e de Roterdã. A capital holandesa prepara-se para importar 4 milhões de toneladas do produto e distribuí-lo por meio de gasodutos, caminhões e navios à Europa. Para atingir suas metas climáticas, a União Europeia pretende importar 10 milhões de toneladas até 2030.

O sucesso do complexo cearense na atração de investimentos – incluindo US$ 135 milhões do Banco Mundial para expansão do porto do Pecém – motivou outros estados a entrarem no segmento. Existem hoje 59 projetos de hidrogênio em todo o país.

Outra iniciativa de peso foi anunciada pela Unigel no início de 2023. A empresa anunciou que pretende ser pioneira no país na produção de hidrogênio verde em grande escala. Com investimentos estimados em R$ 7,8 bilhões, a meta é concluir até 2027 a construção de uma planta em Camaçari (Bahia), com capacidade instalada de 100 mil toneladas por ano de hidrogênio verde até 2027. A primeira etapa do projeto, já em curso, teve investimento de R$ 600 milhões e conta com três eletrolisadores produzidos pela alemã ThyssenKrupp. “Temos acesso à infraestrutura e a fontes de energia limpa no Polo Petroquímico de Camaçari. E operamos um dos dois únicos terminais de amônia no Brasil, no porto de Aratu, também na Bahia”, declarou Roberto Noronha Santos, CEO da Unigel.

Passar das plantas piloto para a escala comercial, aumentando a produção e reduzindo os custos, é um dos grandes desafios para o avanço do hidrogênio verde no país. Para isso, é necessário fortalecer a indústria nacional, fomentando a produção de componentes, máquinas e equipamentos até 2030. Também é preciso reduzir o valor geral das energias renováveis, que correspondem a 60% do custo do hidrogênio verde. “Políticas públicas e incentivos fiscais são essenciais na redução do custo e garantia do protagonismo do Brasil”, diz Juliano Bonacin, professor do Instituto de Química da Unicamp e especialista no tema. “Se o Brasil investir corretamente, podemos virar referência mundial na produção de hidrogênio verde. Nós reunimos todos os fatores para isso.”

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