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Rio Grande do Norte fecha novos acordos para Produção de Hidrogênio Verde

Governo do estado espera atrair interesse em R$ 20 bilhões em projetos para complexo industrial

RIO — Em visita a Portugal para encontro com investidores europeus, a governadora do Rio Grande do Norte (RN), Fátima Bezerra (PT), assinou dois memorandos de entendimento para desenvolvimento de plantas de produção hidrogênio verde e derivados, em áreas próximas ao futuro Porto-Indústria do estado.

Nesta sexta (3/3), um acordo foi assinado com o CEO da Voltalia Brasil, Robert Klein, durante cerimônia na cidade do Porto.

A Voltalia é uma empresa francesa que conta com mais de de 1 GW em projetos de energias renováveis no Rio Grande do Norte, e outros 5GW em dez estados brasileiros.

“O projeto contribuirá com o avanço socioeconômico da região elevando os índices associados e um maior aporte de investimentos”, disse Fátima Bezerra.

A produção de hidrogênio verde e derivados, como amônia e e-metanol, atenderia tanto ao consumo doméstico como à demanda de off-takers internacionais.

O Projeto Porto-Indústria, como está sendo chamado, está inserido no programa Norte Rio Grandense para o Hidrogênio Verde

“Projetos como este [de hidrogênio verde], inseridos no contexto do Power-to-X encontram-se no centro das discussões sobre transição energética e deverão contribuir substancialmente com toda a cadeia de valor do hidrogênio”, destacou Robert Klein.

Enerfin amplia interesse com acordo no Nordeste

Na terça (28/3), em Lisboa, Fátima Bezerra já havia assinado um memorando de entendimento com o grupo espanhol Enerfín, para a instalação do projeto piloto de produção de hidrogênio verde e energias associadas no estado.

A empresa já possui memorando do tipo com o Rio Grande do Sul.

No mesmo dia, o programa estadual de hidrogênio verde e o projeto de instalação do porto-indústria foram apresentados à direção da empresa EDP Renováveis.

O governo potiguar ainda prepara um terceiro memorando para ser assinado nas próximas semanas com a empresa brasileira Maturati, que espera desenvolver um empreendimento híbrido em Areia Branca com capacidade de mais de 1 GW, somadas as gerações eólica e solar.

Os sócios investidores da empresa já manifestaram interesse em expandir o projeto, contemplando a produção de hidrogênio verde, na presença de membros da comitiva que acompanha a governadora em Portugal.

“Estamos numa fase de adaptação e preparação do projeto para a nova realidade do hidrogênio e de seus derivados – amônia, uréia etc. -, e é neste sentido que vamos assinar um memorando de entendimento com o senhor secretário e com o governo do estado do Rio Grande do Norte”, explicou um dos investidores, Miguel Morgado.

Estado espera captar R$ 20 bi em investimentos

O coordenador de Desenvolvimento Energético do RN, Hugo Fonseca, espera que durante a agenda de encontros no país se possa chegar a meta de R$ 20 bilhões em investimentos privados para o setor de geração de energia, com foco principal em novas fontes como o hidrogênio verde e energias associadas.

“Devido a essas viagens à China, à Dinamarca e outros países da Europa, conseguimos no ano de 2020 mais de R$ 7 bilhões de investimentos na área de energias renováveis; no ano de 2021 foram mais de R$ 13 bilhões; e no ano passado mais de R$ 31 bilhões de investimentos”, pontuou o secretário de Desenvolvimento Econômico, da Ciência, da Tecnologia e da Inovação, Jaime Calado.

No ano passado, a gigante dinamarquesa de turbinas eólicas, Vestas, assinou um memorando entendimento com o governo do Rio Grande do Norte (RN) para estudar a viabilidade de implantação do porto-indústria com projetos de eólicas offshore e produção de hidrogênio verde.

O acordo foi resultado de uma visita que a governadora Fátima Bezerra fez à Dinamarca , em novembro de 2021, quando se reuniu com representantes da Vestas e da Copenhagen Offshore Partners (COP), braço de investimento do fundo de pensão dinamarquês PensionDanmark.

A COP, inclusive, já possui um projeto offshore em licenciamento na costa do Rio Grande do Norte com capacidade em torno de 2 GW, e um memorando com o estado. Em potência instalada, a matriz elétrica do Rio Grande do Norte é composta por 94% de fontes renováveis.

No ano passado, o valor global de investimentos em novos projetos para geração de energias renováveis no estado foi de R$ 31,26 bilhões, sendo R$ 21,88 bilhões para energia solar fotovoltaica e o restante em projetos de energia eólica, segundo dados da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec).

O estado é o maior gerador de energia eólica do País, com 7,43 gigawatts (GW) de potência fiscalizada (em operação). O volume representa quase um terço (30,2%) de toda a produção eólica no Brasil.

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